Tropelias da trupe maravilha: a romaria às pantufas

No início do Inverno fomos comprar as primeiras pantufas do nosso pequerrucho. Fomos todos pimpões a pensar que em 5 minutos íamos à sapataria mais próxima, escolhíamos umas que gostássemos e vínhamos embora. Era o foste!

Quando me aproximei do expositor de pantufas para criança só vi rosa à frente. Parecia mesmo que tinham mandado um balde de tinta para aquela zona. E depois umas ficaram mais rosa choque e outras mais rosa bebé. O meu primeiro pensamento foi de que devia haver um expositor para meninas e outro para meninos. Fui perguntar a uma funcionária. Era só mesmo aquele. Fiquei a pensar que ou estavam com falta de stock ou estavam a dar demasiada atenção ao calçado de menina. Segui confiante para a próxima sapataria.

Ao fim de quatro sapatarias e dois hipermercados percebi que o assunto era bem mais sério. É uma total descriminação assim mesmo à descarada. Impingem logo às miúdas desde cedo que o que é bom é ter uma data de modelos e feitios à escolha - tudo na base do rosinha - e os miúdos que se lixem! E isto numas simples pantufas, que dirá o resto?! E depois estes chinelinhos sem qualquer suporte para o calcanhar. Mas quem é que no seu juízo perfeito acha que uma criança de dois anos se vai manter com isto calçado mais que dois segundos?!

Lá conseguimos desencantar umas pantufas do Faísca Mcqueen (as únicas disponíveis para menino na loja) e felizmente tinham o número dele. Ficou todo contente por ter o popó nos pés. Claro que com o espalha-brasas que me saiu elas não duraram muito.

Agora, quatro meses depois, voltei a ter que passar pelo mesmo martírio. Voltei a correr tudo o que era sapataria para encontrar umas azul bebé com o tigre do Winnie the Pooh. Vamos de mal a pior, as outras ao menos tinham um ar mais cool. Mas vão ter que servir. E ser bem estimadinhas que eu preciso de intervalos maiores entre romarias às pantufas para me recompor.